terça-feira, 23 de julho de 2013

O time da promiscuidade.



- Só porque ela abre as pernas facilmente não quer dizer que não tenha dignidade - Ouvi Elaine justificando, tomando as dores de sua amiga, Hanna. Não houve suavidade em sua voz e ela fez questão que todos notassem esse pequeno detalhe  - Ou um coração pronto para amar!

- Mulher fácil é como um livro chato de cabeceira - disse João, do modo mais masculino que conseguiu reunir. - Você abre algumas páginas, lê um pouco e depois dorme debruçado em cima de suas folhas vazias e sem conteúdo.

Depois olhou para Elaine e disse:

- E se você defende tanto essa bandeira, por quê não joga nesse time, Elaine? Nunca ouvi uma história de alguém comendo esse seu rabo virgem.

Elaine não soube responder.

Hanna enxugou um dos olhos com as dobras da mangas de sua blusa de frio.

 João continuou:

- Não me leva a mal, Hanna, mas eu te comeria na boa. Você tem virilhas convidativas e a promessa de uma boceta aconchegante. Algumas taças de vinho e você tiraria a palavra "não" do seu vocabulário sujo. No outro dia, talvez você receba uma mensagem promíscua e vulgar. E só! Agora pare de chorar e vamos transar em algum banheiro público.

Hanna sorriu.

- Então o culpado são vocês homens, não ela - disse Elaine.

João coçou a testa, como quem alisa e organiza seus pensamento e disse:

- Engano seu, Elaine. A banalidade é o berço que durmo toda noite. Se sua amiga quer brincar de princesinha, então ela que vá subir na torre mais alta e fique longe de camas desconhecidas e pintos novos.

E continuou:

- E foda-se você, Elaine, porque a menos que você transe tanto quanto eu e a vabagundazinha de sua amiga aqui, você jamais verá a beleza de um sexo sem compromisso às quatro da manhã com duas pessoas estranhas e embriagadas, que você jamais voltará a ver de novo. Eu bem que gostaria de te comer também, mas você é do tipo de garota que espera uma ligação a noite dizendo coisas românticas, shekesperianas, e não tenho saco pra isso. Quando jogar no nosso time, o time da promiscuidade, me ligue.

E entregou um cartão para Elaine.

Ela não disse nada.

João agarrou Hanna pelo braço e saíram os dois pela rua.

A julgar pela pressa, pelo volume da calça de João e a mordida que Hanna deu em seu próprio lábio; aposto que vão entrar no primeiro banheiro público que entrarem pela frente.

Elaine guardou com carinho o telefone de João, mesmo jurando pra si mesmo que nunca ligaria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário