quinta-feira, 14 de março de 2013

Sorvete de flocos



Estava calor e o casal de namorados preparavam-se para fazer seu ritual de fim de semana; andar pela praia e depois tomar sorvete de flocos na beira do mar.

Depois de navegar pela infinita água azul e suar bastante sob o sol escaldante que um domingo à tarde proporciona aos frequentadores da praia, nada mais refrescaria esse mormaçõ do que seu sorvete predileto, o de flocos.

Como de costume, o rapaz, sorrindo, agradeceu a vendedora e segurou firme na mão de sua amada. Ao virar, deu de cara com um casal de mendingos e ouviu uma voz que dizia; "dê o sorvete"

O rapaz observou o casal maltrapilho e viu que eles tinham um leve sorriso estampado no rosto e falavam baixinho um com outro, como numa prece. Os gestos de carinho entre o casal de mendigos eram honestos e recíproco e, apesar de terem as mãos e os pés sujos, o rapaz mergulhou pra dentro de seus corpos e viu que seus corações eram desanuivados, eram límpidos como o céu azul daquele domingo.

Era um rapaz que sabia ouvir a voz de sua alma e de seu coração, então deu os dois sorvetes para o casal de maltrapilho.
 
Sua namorada o olhou satisfeita.

O casal de mendigos olharam para ele felizes e gratos.

Deus o olhou orgulhoso.

E ele sentiu que o sorvete de flocos que nunca tomou, foi justamente o sorvete de flocos que ficou inesquecível no paladar de seu coração.

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