terça-feira, 22 de maio de 2012

Frio. i fucking love it :)



Pele arrupiada, mandíbula se movendo involuntariamente fazendo os dentes se baterem, chocolate-quente, filme, cobertor de orelha; tudo isso indica que a estação glacial chegou. É nessa época que percebo que fiz malabarismo com corações quentinhos, é nessa época que as minhas células-rodriguianas querem se alimentar com um relacionamento. A temperatura ambiente desce e essa vontade louca de namorar sobe. Vontade que cresce feito barba, feito uma gestação, a cada dia evolui gradualmente. Desejo de morar na aldeia de algum sorriso verdadeiro, algum coração de apenas um cômodo, algum hálito quente. Vejo casais abraçados, observo-os feito pipa no céu, que inveja boa. Quantas vezes enxuguei lágrimas que desciam sincronizadas ladeira a baixo só de manifestar um pouco desse sentimento, dessa vontade. Quantas vezes essa água salgada saindo de algum olhar feminino não me fez sentir nada! Nem pena, nem dó, completamento nada! Muitas vezes senti um luto do cachorro que morre no final do filme, mas minha sociopatia amorosa nunca se corrompeu, nem se quer um pouco, então apenas tentava fingir sentir o que as pessoas normalmente sentem. Disso me lembro que já fui em três enterros e nenhuma lágrima me caiu ao rosto, mas é melhor ser você mesmo do que andar com um choro que não é seu por aí. Me sinto doente, vejo crescer com pressa um ataque epilético de desleixo sobre esse sentimento tão bom, sinto tudo isso escorrendo entre meus dedos feito líquido quando, ao meu próprio modo, eu me permito ser eu mesmo. E de novo sinto aquela euforia de liberdade, e de novo sinto aquele frio que faz eu olhar pro nada e pensar sobre tudo. É como escrever ódio com a mais bela caligrafia. Então quando minha pele eriçar novamente e os dentes se baterem inconscientemente, vou deixar de sentir pena de mim mesmo e vou me permitir amar. Quando o clima esfriar e meu coração ferver vou deixar fluir, pois de tanto contar as dores que o espinho me causou, fiquei privado de admirar seu lindo perfume.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Alguma coisa sobre detalhes .



Eu olhei pra você como se minha pequena sorte dependesse disso, como se por um acaso eu perdesse algum detalhe, eu sofreria algum tipo de revés do destino, portanto não deixei passar nenhuma particularidade sua, por pouco medo e por muita vontade. Vi sua unha mal feita e sua pele firme. Seu cabelo atrás da orelha e seus pés descalços. Senti sua áurea de paz e seu abraço meio desajeitado, assim como o meu. Eu com meu jeito bobo observando seu espanto e sua hospitalidade, mesmo que exagerados. Engraçado como você corta o meu raciocínio feito linha de cerol, de repente eu sou o puto mais burro do mundo, mas é que é difícil você se concentrar quando se passa o que já foi o seu filme predileto ali mesmo na sua frente. Você com um vestido de flores e um belo par de seios. Sem maquiagem e com a maça do rosto de dar inveja a qualquer macieira, com um cheiro bom de dar cala frios em qualquer folha de laranjeira. Um sorriso metálico e mesmo assim ainda percebi o brilho do esmalte de seu dente. Confesso, admiro o seu sorriso e gosto muito mais quando tenho uma pequena participação para que ele aconteça, ouço a palavra paz no som do seu riso. Sua língua com um tom vermelho-limpo, seus olhos se moviam rápido, seus pés apontavam o tempo todo para mim. Você faz quebrar todos os paradigmas de revistas que ensinam a como se viver bem, eu gosto disso. E assim os minutos passaram feito milésimos de segundos. Com certeza você reparou na minha preguiça de ir embora, você ouvia minha empolgação no olhar dizendo: quero ficar! Com as costas da mão limpei meu suor frio da testa, com a outra mão chequei meus batimentos cardíacos e fui embora. Fiz uma prece rápida, agradeci a qualquer Deus e roguei algum talismã que lhe traga sempre paz. Costurei rápido um amuleto de alegria e te entreguei sem você perceber. Pichei o muro da sua casa com palavras de boa sorte.