sexta-feira, 28 de outubro de 2011

mudaram as estações, nada mudou . .


Inverno é sinônimo de células rodriguianas bobas e românticas. No frio é comum eu pensar diferente, agir diferente, te beijar diferente. Talvez o medo dessa chama se apagar seja tanto que te faço a pessoa mais feliz do mundo, não apenas, mas exclusivamente nessa estação do ano. Passear meu dedo indicador sobre a auréola do seu mamilo te faz sorrir, é assistindo seus olhos se puxarem e se fecharem, seus dentes saindo do casulo e escutar a música que é ouvir você sorrir, que tenho certeza que faço meu trabalho super bem feito.


Estava quente quando fizemos amor, ali mesmo na sala da sua casa. Era verão e eu pude perceber que o suco de suor do seu corpo é mais saudável que qualquer elixir da vida, que todo banho de mar, que toda fonte da juventude, pois quando estou com você, me sinto forte, em paz e que não vou envelhecer nunca.


Folhas de outono, assim é o nosso sobrenome. Agora vejo seu tronco, seu caule, agora sou capaz de ver você nos gravetos, no topo da árvore. Folhas vão e voltam, é a natureza ensinando metaforicamente sobre o amor, usando a flora. Felicidade é saber que quando eu estou me reaproximando de você, vejo nascer, com muita pressa, um riso, cheio de caninos, no canto da sua boca. É o amor se rebaixando a paixão só para poder se reflorescer.


E foi em uma específica estação do ano que percebi que estava apaixonado por você, percebi que o perfume nas flores de seu vestido cheiravam mais lindo que toda a primavera.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Mar e Céu . .



E eu continuo querendo percorrer o caminho sem volta. Enquanto meu instinto persiste em sobrevoar o azul do chão, meu bom senso diz que estou sem asas. Enquanto meu id aponta onde quero ir, meu superego me policia e alerta sobre uma ilha que com certeza não existe mais. Minha bússola se quebrou no meio da jornada, me perdi nos meus próprios atalhos. Teu farol se apagou para mim, já não posso mais voltar para casa. Meu fôlego não resistiu, já não posso visitar novos lares. Meu remo se partiu em dois, só me resta rezar. Eu, que já naveguei os sete-mares com meu navio pirata, agora, em plena tempestade, só queria descansar em águas mansas com meu barco de papel de bandeira branca e ancorá-lo em algum vilareijo singelo e aconchegante. Sossego! Rezei e não me veio socorro. Afundei, me afoguei, sorri de baixo d'água. Então forças inventaram e me deram asas como as de um anjo. Dádiva dos céus, previlégio de poucos. Do fundo do mar, direto pro céu. Sou o anfíbio voador, sou o novo colorido do céu, sou uma pipa sem linha, um pássaro sem rumo, um forasteiro aéreo, um clandestino entre os trovões, sou o vento e só... Voei pra lá da ionosfera dos pensamentos e dos dogmas espirituais, além dos céus do olimpo, voei pra bem longe do seu porto. Virei falcão, virei super-herói. Mar me fez compor canções de paz, oceano me indicou o caminho do sol, águas marinhas me deram a chance de voar nessa imensidão azul, de flutuar no céu e passear entre as estrelas-cadentes, sair a toa por entre as núvens e cochilar ao lado da lua. Tão grande é o mar, infinito é o céu.

tão grande é o mar, 
meu pequeno barco navegando
na imensidão, sei muito bem que vou chegar . .
nem tempestades podem impedir um coração de amar
Mas olho pro céu,
vejo uma estrela a me guiar
a mais brilhante estrela da manhã 
veio pra mostrar o amor e a direção . . 
[ planta & raíz ]