segunda-feira, 8 de julho de 2013

Expondo almas




E bastou alguns cliques e eu já sabia o gosto de seus filmes e livros. Ela é uma garota de 1.85m de altura, 48kg e 17 anos. Exageradamente caucasiana. Suas tatuagens, bem pintadas, fechavam a perna direita e subiam alguns rabiscos pela sua coxa, como jardinagem. Apaixonada pelo terror, por romance e por filmes de cachorros falantes, dublados por vozes de pessoas famosas, que sempre morrem no final. Alguns cliques a mais e eu já a conhecia descartavelmente. Conheci sua queda por sertanejo e sua paixão por textos curtos. Ouvi algumas faixas de sua banda predileta, de todas as suas bandas prediletas. E ouvir todas essas músicas foi tão revelador quanto lê um diário seu, é desnudar sua alma por aí com um pequeno tapa-sexo que não impede que enxergue seu verdadeiro 'eu', mas também impede do mistério passear com minha dúvida por aí. O sabor do mistério fugiu montado nas pequenas frases que você divulga sem pensar. Me entediei de te conhecer cosmeticamente. Foi uma perca de tempo. Já sei dos seus medos e das suas conquistas. E então nossas conversas serão composta por um vazio tão grande que nem merece uma chance, desperdiçando nosso destino com tantas certezas. E o sabor da dúvida? E as conversas ensaiadas em banheiros de espelhos? Você se mostrou rápido demais, cedo demais. Não tenho a menor vontade de ir com sede ao pote, pois eu vejo tudo através desse vidro transparente e eu tenho certeza que não tem nada que me interesse lá dentro.

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