domingo, 9 de março de 2014

contrário do dia O





O dia do contrário


A noite começou com a primeira luz do dia.
Trabalhador honesto com um salário pica.
Nem tinha vento e os moleque lá, soltando pipa.
No congresso só trabalhava quem tinha ficha limpa.
E na esquina, neguinho só traficava poesia.

Nessa sexta-feira 13 me senti com sorte.
Meu coração que só apanhava, hoje ele bateu tão forte.
Na bandeira do Brasil estava escrito: "Igualdade ou Morte."
Aí nego se ligou que sol é o mesmo. Ele aquece o Lago Sul e a Ceilândia Norte.
No dia do contrário, parceiro, não tem ibope pra Reizin de camarote.

O pão que eu ganhei, que eu conquistei - grato, eu dividi.
Meu time não jogou legal, perdeu pro seu. Mas e daí?
Sua religião não importa, mané. Me dá um abraço aqui.
No baile alguém pisa no meu pé, e diz: - "Foi mal aí, parceiro, eu não te vi."
Dinheiro não passaria de um papel, sem valor igual capim.

Vi o sol nascer quadrado e eu nem tô preso.
Você não é o que tem no bolso e muito menos o seu emprego.
Pinóquio foi quem escupiu Gepetto.
He-man entendeu o lado do seu amigo, Esqueleto.
Nesse dia do contrário ta tão maneiro, tá difícil de encontrar defeito.

O céu todo vermelho, não tem um pontinho de azul.
Abri minhas asas e voei sem precisar de Red-bull.
Engravatados de sapato social mandando um Le-Parkour.
A cidade verde, limpa, cheirando a Bubbaloo.
Sei lá, no dia do contrário não encontrei motivos pra mandar ninguém ir tomar no cu !

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