segunda-feira, 6 de maio de 2013

O mais sábio dos seres




Gigantes cortavam as lenhas, organizavam e empilhavam as madeiras uma sobre a outra, preparando a fogueira que iria derramar um pouco de luz na volumosa noite que aos poucos ia se tornando cada vez mais evidente com a despedida do deus Apolo, o senhor do sol. Bruxos, magos e alguns feiticeiros acendiam magicamente o fogo para a reunião que seria banhada pela lua cheia e beijada por ventos fortes vindos do sul. Centauros vigiavam o perímetro, guardavam a segurança de todos ali presentes, e duas raríssimas fênix voavam alto riscando o escuro do céu como duas estrela-cadentes. Filhotes de quimeras corriam com suas patas de leão e voavam com suas asas de dragão derrubando um pouco de vinho e sangue, e as vezes assustando tímidos unicórnios que estavam ali presentes. Labaredas cuspiam pequenas chamas pelos ares e as vezes dava para ouvir pequenos barulhos que brotavam dos estalados das folhas secas que queimavam dentro do fogaréu. Todos aguardavam ansiosos o mais sábio dos seres chegar, inclusive O todo poderoso Zeus. Todos ali sabiam que seus ensinamento eram lendários, atravessavam gerações. Houve algum barulho no riacho e todos viraram-se para olhar. De repente um velho índio da aldeia disfarçou uma das mãos em forma de concha e mergulhou no rio, colhendo a maior quantidade de água possível para saciar sua devastadora sede. Seus cabelos longos e brancos gritavam sua gorda idade. Suas tatuagens contavam sua história em cada linha abstrata e suas cicatrizes lembrava todas suas batalhas espirituais. Ele mergulhava cada vez mais na claridade conforme seguia de encontro com a fogueira. Todos esperavam ouvir seus ensinamentos, sempre querendo aprender com o mais inteligente e temido dos seres. O silêncio reinava. O velho índio limpou a gargante e começou a falar:

- [...]

O líder dos seres falava, pois o que preserva a natureza é o mais sábio deles.

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