terça-feira, 5 de novembro de 2013

Querida Karen, IX - friday the 13th





Sexta-feira,13 de Setembro de 2013.
Querida Karen,

Você sabia que a sexta-feira 13 só acontece quando o dia 1º de cada mês cai em um domingo? E que Jesus Cristo morreu na sexta-feira da paixão e, no tarô, a carta de número 13 representa justamente a morte? Começamos a namorar exatamente em uma sexta-feira 13, o dia do azar. Pois é, eu andei pesquisando e sempre é a mesma coisa. Chega a sexta-feira 13 e então, na TV, Jason Voorhees anda por aí com sua máscara de hóquei, carregando um facão em uma das mãos e com uma sede estúpida e inevitável de vingança. Karen, a história dessa filme diz que ele nasceu em 13 de junho de 1946 e foi afogado no lago de um acampamento no dia 13 junho de 1958, a sexta-feira em que faria 13 anos - que pena! A mãe de Jason, Pamela Voorhees, resolve se vingar e em um momento de fúria mata dois conselheiros e mais sete monitores, porém uma moça consegue escapar e consegue decapitá-la. De alguma forma Jason vê sua mãe sendo morta mesmo estando morto e isso é que gera toda sua revolta para matar todos que vão ao maldito lago, no maldito acampamento em cada maldita sexta-feira 13 que vier pela frente - Karen, no final das contas é tudo por uma mulher, tudo por um sentimento, tudo por amor. Confesso que senti um pouco de dó desse filho da puta!

Quanto a mim, Karen, eu insisto em renascer todo dia, de domingo à domingo, para esse amor. Eu digo que sou um pouco mais perseverante que o Jason, já que ele apenas revive sua causa por amor em suas miseras sextas-feiras 13. E então me vejo andando por aí com flores de papel em uma mão, e o meu próprio coração na outra, em uma forma desesperada de não acreditar nesse azar que eu mesmo circulei no calendário. E acredite, Karen, também é por um sentimento, também é por amor. A diferença entre nós é que eu já deixei minha máscara cair já fazem anos, e que em vez de morte eu quero a sua vida! E então eu me vejo tão bobo, tão ridículo que acabo guardando um pouco de pena para mim mesmo também, querida Karen.

Unfaithfully yours,
Rodrigo.

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