segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Talvez o amor seja isso - I

É quarta-feira e Jó tem a tarde ensolarada inteira pela frente. Ele se prepara para pegar dois ônibus e ir visitar Ana Júlia em sua casa. Com um longo banho demorado e com um exagero de perfume doce, ele segue para rua com uma cara mais feliz do que sua vida realmente lhe proporciona. Duas horas depois ele decide, com cuidado, qual flor terá o prazer de passear pelos cabelos loiros de Ana Júlia. Jó sente um suco de suor formar-se na parte de trás do joelho e do cotovelo, também nota uma rodela de umidade se formar em suas axilas mas nada disso mais importa. Jó está na esquina da casa da Ana Júlia com uma pequena flor na mão e um sorriso no rosto. Logo suas roupas estariam entre a sala e o quarto de Ana Júlia, o perfume doce dançaria pelas voltas do ralo do banheiro, fruto de um banho preguiçoso e aliviador após sexo, e a flor iria existir apenas por mais algumas horas antes de morrer dentro de uma caixinha de lembranças bobas, guardadas em cima do guarda-roupas no pequeno quarto que dividia com sua irmã mais nova.

Talvez o amor seja isso; juntar todo suor de um dia e alegria de uma vida para poder se refrescar e dividir com a pessoa certa, seu grande amor.

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