quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Um deles é parede, o outro é bola.



Era uma vez um rapaz de nariz saliente e uma moça de olhos lindos, nós em um lugar tão tão distante. Lá estava você no ponto mais alto, da torre mais alta. Enfrentei dragões, obstáculos e Mães com a coragem de um rei e a alegria de uma criança. Você era um rosto ainda sem voz, mas te alcancei e sua fala foi como música aos meus ouvidos. Adorava cada ossinho do seu corpo nu, talvez a parte mais macia do seu físico seja sua sandália havaiana e mesmo assim seu colo era como uma rede para meus sonhos. Tirei da minha costela um urso pra você dormir em paz e espantar seus medos. Tirei de mim o agasalho pra matar o frio que lhe rouba o calor. Sangrei minha mão retirando todos os espinhos para que você tivesse a mais inofensiva das rosas. Tirei de mim mesmo um curso de educação física para endireitar sua postura ridícula. De encantado eu não tinha nada, mas eu era o escritor da sua história, minha tinta foi o nosso orgasmo e seu quadril era meu papel. Talvez eu não fosse mais aquele fungo indesejável, aquele parasita que só conhece os privilégios da infidelidade. Pensei ter evoluído por mérito de experiência nada agradáveis, mas superadas e aproveitadas. De todas do baile, foi você que encaixou o pé no sapato de cristal, de repente era você. Antes de me despedir, queria dizer que me arrependo por não te amar merecidamente enquanto os ratos ainda eram cavalos. Meu erro não foi pegar o seu sorriso e dar uma volta com ele, foi não ter levado seu beijo pra casa antes que a carruagem virasse abóbora! Mas agora seu beijo é uma maça envenenada de mentira, de lorotas. Talvez eu deva beber até esse sentimento fazer algum sentido, seria apenas um tributo de uma nostalgia apropriada. Ou talvez eu deva ir sentar no meu puff e compor canções amor no violão que nunca serão cantadas. Bom, a tinta foi sua, eu não escrevi uma vírgula para que chegasse logo o ponto final. Sei que sou o príncipe certo, no conto de fadas errado. Agora é se auto-rebaixar a sapo e esperar pelo beijo que será um pontapé para outro conto de fadas acontecer . . .



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