quinta-feira, 28 de junho de 2012

Metamorfose da lágrima !



Mais um trago de algum whisk barato, menos uma lágrima acumulada no meu olho. Acendo um cigarro cada vez mais preguiçosamente, só tenho fôlego pra pensar na melancolia da música que me faz lembrar você. Minha boca, hora e outra, sente um sabor gostoso, salgado, estou me afogando numa piscina de lágrimas. Recapitular o momento exato que a minha felicidade segue o atalho do pesar me assombra, me faz virar o meu próprio adversário, me faz cravar uma guerra espiritual que não aparecerá em nenhum livro de história mas que irá exibir rugas prematuras em um rosto tão triste. O amor passou no drive-thur mas a alegria estava em falta, me sobrou o sexo e a fornicação com gorduras cancerígenas e suco de depressão embaladas pra viagem. Mas tenho essa sede de gente grande, sugo feito esponja o que me faz mal e jogo no ar gargalhadas perturbadas e genuínas, feito árvore que absorve o gás mortal da atmosfera, porém libera o fluído da vida. Um gole a mais e tenho a certeza que essa nostalgia é benigna, é um trago depois do almoço de tão legal. Eu não tomaria a dose diária desse veneno se ele não me fizesse viver mais e mais. Nem todo soluço é de choro, nem toda lágrima é de tristeza. Eu um dia vou morrer de tanto viver, mas por enquanto vou tomando mais um trago, agora de uma pinga velha do pai de um amigo, e chorando de tanto sorrir.

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